terça-feira, 2 de outubro de 2012

Mulher se veste de sereia nos EUA para alertar sobre degradação dos oceanos...

Hanna Fraser usa uma cauda feita de silicone e enfeitada com lantejoula que imita escamas. Ela mergulha quase todos os dias e consegue ficar até três minutos debaixo d’água.





No meio de cardumes de peixes, dentro de um navio naufragado, surge uma figura famosa da mitologia grega. Linda e sedutora como há três mil anos. Nas lendas, as sereias viviam em rochedos na costa da Itália, no Mediterrâneo. Os tripulantes dos navios não resistiam à beleza e ao canto delas. Eles perdiam o controle dos barcos, que batiam nas pedras e afundavam. No poema grego "A Odisseia", o herói consegue sobreviver. Ele manda os marinheiros botarem cera nos ouvidos e assumirem o comando. Depois, o herói se prende ao mastro do navio. Assim ele ouviu o canto das sereias, mas não se entregou à tentação. 

Agora, uma sereia anda encantando os mares da Flórida, nos Estados Unidos. Ela chega de carro, estaciona e tira do porta-malas uma sacolona. Dentro dela, a cauda, a metade-peixe, a marca da sereia. A fantasia é feita de silicone e enfeitada com lantejoula que imita escamas. A confecção leva quatro meses e custa o equivalente a quatro mil reais. 

"É uma paixão. Desde pequena eu fazia desenhos de sereias, ia a bibliotecas e pegava livros sobre elas", conta Hanna Fraser. 

Um dia, ela encontrou uma sereia no cinema. "Aos 9 anos eu vi um filme com a Darryl Hannah, que tem o mesmo nome que eu. E pensei: ‘Também vou fazer isso’”, diz. 

Hoje, aos 36 anos, ela vai quase todo dia ao mar. O Fantástico mergulhou com ela. Navegamos por trinta minutos em direção a uma barreira de corais no meio do mar do Caribe. 

É sobrenatural um mergulho com uma sereia. Nadadeiras para manter o ritmo embaixo d’água, máscara para poder abrir os olhos e o mais importante, a garrafa de ar comprimido, mas só para o repórter. Hanna Fraser fica até três minutos sem respirar. Descemos dez metros. 

Ao lado de peixes e corais, ela desfila. Sobe para pegar ar e desce novamente. Ela já mergulhou com tubarões, baleias, golfinhos, arraias gigantes, e tartarugas. "Eu - definitivamente - me sinto uma sereia", diz Hanna. 

Ela já passou pelo Brasil. Foi em Trancoso, na Bahia. "Assim que eu cheguei à praia, fantasiada, as crianças começaram a correr atrás de mim e a me seguir na água, a me agarrar”, recorda. 

A sereia vive de ser sereia. Escreve livros e posa para fotos. Tudo por uma causa. 

“Meu trabalho é fazer com que essa paixão por sereias chame atenção para a degradação dos oceanos”, afirma. 


http://tinyurl.com/8em4cw9

Nenhum comentário:

Postar um comentário